terça-feira, 5 de julho de 2011

Terça-feira 21 de março de 1995

Terça-feira 21 de março de 1995

Querido diário (acho um saco te chamar de querido, você é só um caderno em branco no qual eu desabafo meus desejos e vontades mais insanas... mais eu não sei como começar vou te chamar de querido mesmo.)

Meu pai disse pra eu começar a escrever um diário, meu pai é psicanalista, ele é bom deveras no que faz mais eu nem converso muito com ele, é difícil vê-lo em casa, está sempre em convenções, ele disse que eu estava muito 'revoltadinha' pra uma garota de 17 anos, disse que era pra eu desabafar com esse tal de “diário”, acho uma coisa tão infantil que dá pena. Só vou falar o que eu tenho realmente vontade; e vou falando sobre mim aos poucos, tu não é uma pessoa, pra querer me conhecer na hora, não é mesmo? Então... Quando foi mesmo? Os garotos riam como umas hienas e nem sabia por que. Descobri que tinha uma guria bêbada tirando a roupa na praça, acho que era noite de sábado, ela tem uns dois anos a mais que eu, era tão tosco e tão triste, a infeliz tava fazendo aquilo por que o ex namorado dela tinha dado bebida forte, - Ela bebeu por que quis... - acho que eu fui dura com essas palavras, eu já me senti como ela, e eu não tirei minhas roupas, na verdade eu comecei a rir, rir como uma desesperada e eu ria por que na verdade queria chorar. A vida de meio termos não era nenhum pouco fácil, você não tem absolutamente nada “intensamente” ou por “completo” ai eu começaria a ouvi musicas totalmente deprês e me sentiria um pouco mais deprimida, sinceramente? Não faria diferença alguma... pra ninguém.. Ninguém mesmo... Não tenho amigos, meus pais estavam separados a mais de 4 anos...
e quanto mais eu penso sobre isso; mais deprimida eu fico; sabe do que eu realmente sinto falta? 
Do maldito beijo de boa noite que meus pais me davam quando eu tinha uns 10 anos; ontem, por exemplo, eu cheguei da rua e meu pai já estava dormindo nem me deu boa noite nem nada quando eu cheguei, (eu moro com meu pai desde quando ele se separou da minha mãe, gosto um bocado dele) eu finjo que não me importo mais na verdade fico muito carentinha, acho que tô pegando as manias de carência excessiva de certo alguém..alguém que não sabe o que quer de mim, bom mais eu não to com a mínima vontade de falar sobre isso.
E..no final das contas alguém levou a garota bêbada... pra casa, eu sinto pena dela, pena e a entendo.. ás vezes eu sinto uma vontade tremenda de ir na casa dela conversar, alguém que sinceramente ou ao menos aparentemente me entende.. 
Bom semana que vem tem testes vocacionais na escola, eu não sei o que quero, confesso que não sei... talvez eu opte por matemática.. mais meu pai quer que eu fala psicologia, aah que se foda também.. que se foda.



Julia P.

Como tudo começou..

Seguinte, a Júlia P, é uma personagem minha, que nasceu em 2008, quando eu estava no colegial, precisava gritar tudo o que eu tava sentindo, sabe, é ruim ser adolescente, então, LÁ VAMOS NÓS!





Driele Dias